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Não matarás nem te matarás


O mandamento "não matarás" que prescreve igualmente o "não te matarás" constitui não apenas um preceito divino ou religioso mas é uma linha vermelha, um imperativo que provem do mais fundo da natureza humana. Esta ordem natural, aos meus olhos, precede a própria liberdade humana e não está à sua mercê e muito menos pode ser reduzida a um mero capricho de querer isto ou aquilo, de liberdade de escolha ou libre arbítrio. A raiz da liberdade no seu sentido mais fundo não é apenas um livre arbítrio ou uma liberdade de escolhas mais ou menos arbitrárias mas um querer ser, querer viver, um dom que é pura dádiva que ninguém pode tirar nem a si mesmo nem aos outros. Esta é razão que também fundamenta e proíbe simplesmente a pena de morte. Entender a liberdade de outra forma é um um serviço contrário à dignidade humana que a precede, pois, sem vida, sem dignidade humana e responsabilidade não é possível a liberdade no seu sentido mais autêntico. É neste sentido que, o pôr ou não termo à vida não é apenas não referendável mas também é incompatível com jogos de interesse ou de poder político para daí obter quaisquer dividendos.


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